Fazia tempo que queria ler um livro diferente
do estilo que estava lendo ultimamente. Logo na primeira página percebi que Zon era um estilo diverso, uma mistura
de gêneros: fantasia, terror, thriller psicológico e muito mais. Filosofia, psicologia,
religiões e assuntos com essa temática.
A obra conta a história de um homem de meia
idade, Zon, que vive uma vida mediana e certo dia se depara com seu reflexo do
espelho falando com ele (!). Nesse dia ele descobre que é nada menos do que um
personagem de um livro cujo autor escreve sua vida. Zon descobre, pois, que
pode percorrer as mentes de quem lê sua história. A partir de então ele vaga de
mente em mente como um parasita e faz descobertas tanto da existência quanto da
humanidade, quanto dele próprio.
“É muito cansativo ver teu brilho branco em meus olhos de autor enquanto quero preenchê-la, folha em branco.”
Trata-se de um livro de contos com diversos
focos narrativos que instiga o leitor a entender as entrelinhas da história. Os
contos, em sua grande parte, estão interligados e possui uma carga muito grande
de pensamentos filosóficos e assuntos do gênero, o que dá o tom denso da
escrita de Andrei.
A mensagem que esse livro passa é bem forte,
pois há uma discussão implícita (ou explícita, dependendo do ponto de vista)
sobre questões existenciais. Confesso que foi uma leitura demorada, porque
tentava ver um sentido em toda a trajetória do nosso não herói. Trajetória essa
que é cheia de fantasia e sinuosa. Acredito que isso aconteceu por causa do
tema complexo e da inverossimilhança do texto.
Zon me parece uma história original, com várias
metáforas (ou uma grande metáfora, paradoxo, simbolismos, etc.) que nos dá
diversas situações para refletir sobre a vida. De onde viemos; para onde vamos;
por que existimos, etc.
“... Zon preferiu manter seus olhos no esquecimento, já que é sempre mais fácil olhar para o esquecimento do que para o próprio tempo que o gerou.”
Andrei apresenta um livro bem escrito, com uma
maturidade textual visível. Durante a narrativa fica bem claro o estilo
singular do autor, tanto da escrita, quanto do gênero. Quem leu a entrevista
com o Andrei Simões alguns meses atrás aqui no blog irá se lembrar que ele
disse que não tinha um estilo definido quanto ao gênero. Sim, não tem mesmo.
Pois bem, quanto às ilustrações de Lupe
Vasconcelos acho que ela conseguiu captar perfeitamente o tom da obra e fez
ilustrações que condizem com a atmosfera da história. Tem ilustrações
lindíssimas, outras, não gostei tanto. Todas, contudo, são de grande qualidade
e esmero.
Quanto à revisão, diagramação, etc., achei
ótima! Não há erros de português, palavras fora do lugar ou faltando, todos os
sinais de pontuação estão lá, e no lugar exato! Eu sei que parece bobagem, mas
eu amei que havia um índice! Hoje em dia, mesmo com livros que tenham títulos a
cada capítulo não há índice o que me deixa bem triste às vezes.
A editora Empíreo, Andrei, Lupe e todos os
envolvidos estão de parabéns porque é notório que foi um livro feito com toda
dedicação. Gostaria de agradecer imensamente ao Filipe Larêdo e a editora por
terem me fornecido esta obra para resenha.
Não fã de livros desse gênero, mas sua resenha ficou bem legal.
ResponderExcluirBeijos
http://achadosnaestante.blogspot.com.br/
Obrigada! Que bom ver você por aqui!
Excluiroi Camila, tudo bem?
ResponderExcluirNossa eu adorei a resenha, não conhecia esse livro e achei super interessante porque amo livros que me fazem refletir e ler nas entrelinhase pela sua resenha percebi que é bem assim. Parabéns você escreve super bem!
Ah! Eu te indiquei em uma tag, espero que goste.
http://www.bisbiblogando.com.br/2014/05/tag-e-selinho.html
Bjinhu
Luh- bisbiblogando.com.br
Oi Luana! Obrigada, fico muito feliz que tenha gostado do que escrevo!
ExcluirVou lá conferir a tag!
beijos
Oi Camila!
ResponderExcluirNão sou muito fã de livros desse gênero, acho que nunca li nenhum. Mas eu adorei sua resenha, muito bem escrita, e confesso, me deixou curiosa :)
Beijos!
Fernanda (http://blogimaginacaoliteraria.blogspot.com.br)