Boa tarde, galera! Como vocês estão? Hoje trago mais uma entrevista com autor brasileiro \o/
Pois bem, o entrevistado de hoje é Andrei Simões. Particularmente não conhecia esse escritor, nem seu trabalho, mas foi
uma grande satisfação fazer essa entrevista. Estou empolgadíssima para
ler seu mais recente lançamento: Zon - O Rei do Nada, pela Editora Empíreo, e estou aguardando meu exemplar chegar para breve postar uma resenha aqui!
Leiam até o fim, pois vale muito a pena!
Andrei Simões - Comecei a escrever aos 13 anos de idade, basicamente poesias. Por anos
me mantive em intenso exercício poético, até que em meu sexto livro,
alguns anos depois, senti-me preparado para a prosa. Desde então utilizo
a poesia mais como exercício de ritmo e métrica, inserindo na prosa uma
musicalidade que é inerente ao meu estilo. Publiquei um livro pela
internet em 1999, escrevi para blogs, projetos artísticos e portais ao
longo dos anos e minha primeira publicação em papel, através de meios
tradicionais, em 2005.
CD - Como foi para publicar
seus livros? Teve que batalhar muito por uma editora, era algo que queria ou tudo
aconteceu por acaso?
AS - Sempre quis publicar, pois sempre soube que era escritor, mas tive o bom
senso de saber que seria necessário um bom tempo de exercício e
disciplina, para este possível talento pudesse progredir a ponto de
tornar minhas obras relevantes. Talento por si só é inútil, transpiração
é muito mais importante que inspiração. Quando resolvi publicar em
papel, após ter passado por diversas experiências em meios virtuais, foi
com meu oitavo livro, o Putrefação. Então estava seguro o suficiente
para procurar uma boa editora, já que tinha uma obra sólida, não era um
primeiro livro apressado. A primeira editora que procurei aceitou a
publicação, o que ratifica a ideia de que apresentei algo relevante, ou
talvez tenha sido apenas sorte.
CD - Qual o gênero que tu
escreves? Como tem sido a resposta dos leitores as suas obras? Tens um publico
alvo?
AS - Gênero normalmente é uma preocupação para jornalistas ou donos de
livrarias. Escrever é criar um mundo a partir de uma tela, ou papel em
branco, então liberdade é a chama inicial. e pensar em gêneros talvez
restrinja isso. Porém, ao longo dos anos cheguei à conclusão de que é
melhor eu me rotular do que deixar os outros fazerem, então me considero
um escritor simbolista, uso o simbolismo em prosa, mas também
utilizando fortes elementos do realismo fantástico. Talvez eu seja um
escritor de simbolismo fantástico, ou nada disso, mas definitivamente
sou um defensor da mídia literária por si, nada de cinema em palavras. O
que faço, bem ou mal, é literatura.
AS - Em papel, duas. O primeiro se chama "Putrefação" e é uma novela sobre
amor, vermes e as reflexões profundas oriundas da dor e do horror
extremo. Publiquei em 2005 pela editora Novoséculo. Em 2013 publiquei
Zon - o rei do nada, pela editora Empíreo.
Camila Dorneles - Um espaço inteiro para
falar sobre Zon – O Rei do Nada! Qual a inspiração para o livro? Como foi
escrevê-lo? E principalmente, de onde surgiu a ideia de trabalhar com a
ilustradora Lupe Vasconcelos?
AS - Zon nasceu em 1995, em uma conversa de elevador. Bem, pelo menos a ideia
inicial. Logo depois comecei a escrever contos sobre ele e na época,
participando dos primeiros fóruns virtuais, outras pessoas também
começaram a escrever sobre ele. Em 1999 comecei a escrever um livro de
contos sobre Zon e o terminei em 2000. Desde então o tenho reescrito,
readaptado, mas no final de 2012 o editor da Empíreo teve acesso ao
original e então comecei a trabalhar no livro pela última vez, para
finalmente vê-lo publicado. A ideia de trabalhar com a Lupe veio do
editor, pois havia falado a ele que sempre imaginei Zon como uma novela
gráfica, então a coadunação entre imagem e palavra nesta obra seria
muito importante. Porém, o resultado final ficou muito além do que havia
imaginado. O traço único e a interpretação artística que a Lupe deu
para minhas palavras fez com que a obra transcendesse e alcançasse
lugares que realmente não havia previsto, tornando a Lupe co-autora da
obra.
CD - Há projetos futuros para
trabalharem juntos novamente? Conte-nos alguma novidade literária que esteja
preparando para o público.
AS - Com a Lupe eu espero trabalhar novamente o mais breve possível, mas nada
certo ainda. Bem, o escritor precisa escrever. Entre um livro e outro,
vários surgem, muitas vezes ideias que se traduzem em rascunhos de
algumas páginas. Tenho uma pasta cheia de projetos inacabados e projetos
e passei os últimos meses divulgando o Zon, mas já em fase de pesquisa
para o próximo. Tudo que posso dizer é que o próximo livro será
filosófico e brutal. Zon era sobre ausência da existência, da carne e
explorei profundamente isso. Agora explorarei outros caminhos. O próximo
livro será mais visceral. Em breve, mais novidades.
CD - Como descreveria o cenário literário no Brasil em relação a escritores brasileiros?
AS - Não sei se tenho propriedade para falar do cenário literário brasileiro.
Sou um escritor de horror no norte do país, sinto-me alienígena ao
cenário estabelecido, por ter optado sempre por estilos literais
marginais. Estou mais próximo de Guy de Maupassant do que de algum
colega da atual cena. Fico mais à vontade entre os mortos. Mas acredito,
como fã de literatura, que houve uma abertura bem interessante para o
gênero de fantasia, o que é positivo para o realismo fantástico também,
em consequência. Creio que isso se deva ao excelente trabalho de autores
como André Vianco, que provaram ser possível fazer algo com uma pegada
nacional e ao mesmo tempo, com temas universalistas. Mas estou otimista
com as possibilidades para minha prosa.
CD - O que tens lido
ultimamente? Autores e livros preferidos...
AS - Antes de escrever um livro eu pesquiso, leio obras onde temática e
estruturalmente posso aprender. Ultimamente, como sempre na verdade,
tenho recorrido aos meus autores preferidos, não para encontrar neles o
meu estilo, mas justamente para saber como me posicionar entre eles,
como fazer algo inerentemente meu. Então sempre estarei na companhia de
Kafka, Guy de Maupassant, Poe, Lovecraft, Alan Moore e Clive Barker.
Livros preferidos, algo tão difícil de responder. A cada resposta, creio
que algum mudará, mas existem os mais importantes, pois me tornaram um
leitor e depois um escritor. O Pequeno Príncipe foi o primeiro e
possivelmente o mais importante. Depois, a obra infantil do Monteiro
Lobato. Capitães da areia do Jorge Amado. Basicamente toda a obra de
Alan Moore. A Metamorfose, de Kafka. O mito de Cthulhu, Lovecraft. E
muito mais, melhor encerrar por aqui.
CD - Deixe endereço de
email, blog, redes sociais para quem quiser entrar em contato contigo.
AS - Agradeço pela entrevista. É sempre recompensador e divertido falar de literatura. Parabéns pelo blog!
Bem, vou deixar os endereços correspondentes à editora e um link para a compra do livro.
Gostaria de lembrar aos
seus leitores que o livro Zon foi publicado por uma editora
independente, portanto, quem se interessar, não hesite em comprar o
livro, curtir a fanpage e divulgá-lo nas redes sociais, você estará
comprando um excelente alimento para a mente e alma e ao mesmo tempo
colaborando para o desenvolvimento da literatura independente do Brasil.
Lembrando que Zon é um livro totalmente ilustrado, com 66 ilustrações
artísticas complexas e com uma editoração de qualidade superior aos
livros das ditas grandes editoras.
Obrigado.
Site da editora: http://editoraempireo.com.br/
Livraria Cultura: http://www.livrariacultura.com.br/scripts/resenha/resenha.asp?nitem=42156465&sid=14122210015103780788498481
Andrei, eu que agradeço a oportunidade de realizar mais essa entrevista contigo e desejo muito sucesso e inspiração para a sua carreira.
Galera, até mais!!
Galera, até mais!!
Adorei a entrevista, não conhecia o autor ainda! É legal quando se divulga assim autores nacionais. :D
ResponderExcluirBeijos,K.
Girl Spoiled
http://girlspoiled.blogspot.com.br/
Obrigada! Também adorei fazer essa entrevista!
ExcluirBeijos